Autônomos do e-commerce podem acessar crédito?

Por Entrega Feita

16 de junho de 2025

Vender online deixou de ser um “bico” e virou profissão para muita gente. Plataformas como Shopee, Mercado Livre, Enjoei e Instagram deram espaço para que autônomos criassem negócios do zero, direto da sala de casa. Só que, quando o assunto é crédito, os obstáculos ainda são reais — principalmente para quem tem o nome negativado.

A boa notícia? Isso está mudando. Fintechs, bancos digitais e plataformas especializadas passaram a olhar com mais atenção para esse perfil de empreendedor. Hoje, já existe empréstimo para Negativado feito sob medida para quem fatura como pessoa física, MEI ou informal — e tudo com análise de risco baseada em dados reais do dia a dia, não apenas no score do Serasa.

O mais interessante é que essas soluções muitas vezes nem exigem histórico bancário tradicional. Basta comprovar movimentação de vendas — sim, até o Pix entra na jogada como critério de análise. O que vale é mostrar que há entrada de recursos recorrente, ainda que irregular.

Então, se você vende roupas, doces, eletrônicos ou qualquer outro produto na internet e está negativado, fique por aqui. Vamos mostrar como esse mercado de crédito alternativo funciona e por que ele pode ser uma saída viável — e justa — para o seu negócio continuar crescendo.

 

O novo perfil de quem busca crédito

Autônomos que vendem pela internet são um grupo que cresceu rápido — e que, por muito tempo, ficou fora do radar das instituições financeiras tradicionais. Só que isso vem mudando. O que antes era visto como instabilidade hoje é interpretado como adaptação e resiliência.

E, mesmo com nome sujo, muitos empreendedores têm conseguido um empréstimo para negativado com nome sujo. Isso porque o foco está deixando de ser o passado financeiro (como dívidas antigas) e se voltando para o presente: o quanto essa pessoa está ativa, vendendo, recebendo pagamentos e mantendo o negócio em funcionamento.

É um modelo mais justo, que entende que a negativação não define a capacidade atual de pagamento — apenas revela uma dificuldade anterior. E essa virada de chave está permitindo que mais pessoas tenham acesso a crédito de verdade, sem precisar “quebrar o galho” com empréstimos pessoais caríssimos ou adiantamentos de terceiros.

 

Fintechs e seus critérios alternativos

Você já ouviu falar em análise comportamental? É o que muitas fintechs usam hoje para liberar crédito. Em vez de olhar apenas se você está no SPC ou Serasa, elas verificam dados como frequência de vendas, uso de maquininhas, entrada de Pix, pagamentos via QR Code… Tudo que possa mostrar que o negócio está funcionando.

Isso abriu portas para uma categoria de empréstimo sem consulta SPC e Serasa, ideal para quem ainda não regularizou dívidas antigas, mas já tem uma operação ativa — mesmo informal.

E o melhor: a contratação geralmente é online, com liberação rápida. Claro, os valores iniciais costumam ser menores, mas conforme o histórico se forma, o limite aumenta. É um ciclo que se retroalimenta — quanto mais você movimenta, mais crédito tem.

 

Documentos e dados que ajudam na aprovação

Uma dica valiosa para quem vende online e quer crédito: comece a organizar suas informações, mesmo que de forma simples. Relatórios de vendas, prints de movimentações bancárias, extratos de maquininhas e até recibos podem ajudar a compor o “quebra-cabeça” que o sistema usa para definir sua aprovação.

Se você quer saber como conseguir crédito sendo negativado, essa é a base. Quanto mais claro você deixar que seu negócio é constante, que tem clientes e que gira dinheiro, maiores as chances de ser aprovado. Mesmo que informal.

Aliás, apps como Mercado Pago, PagSeguro e Stone oferecem relatórios automatizados. Se você já usa essas plataformas, aproveite isso ao seu favor. Eles funcionam quase como um “extrato empresarial” — e servem como comprovação informal da sua renda.

 

Quais fintechs estão de olho nos vendedores autônomos?

Hoje já existem diversas fintechs focadas nesse perfil. Algumas atuam com crédito direto, outras em parceria com grandes bancos. A maioria permite que o cliente solicite a análise direto pelo aplicativo, sem precisar ir a uma agência ou ter CNPJ ativo.

Isso significa que sim, negativado pode fazer empréstimo — e com critérios que consideram o momento atual do negócio. A análise tende a ser mais flexível e personalizada.

Além disso, há também soluções de microcrédito voltadas ao público informal. Esses produtos têm menos exigências e prazos mais curtos, ideais para capital de giro rápido. São ideais para comprar estoque, investir em embalagens ou acelerar a entrega dos pedidos.

 

Vale a pena formalizar o negócio?

Sim, sempre que possível. Formalizar-se como MEI ajuda não só na obtenção de crédito com taxas melhores, mas também na construção de um histórico sólido. Isso facilita renegociações futuras, pedidos de cartão empresarial e até emissão de nota fiscal para clientes maiores.

Mas enquanto isso não acontece, o importante é mostrar que o seu negócio existe — e funciona. Mesmo que sem CNPJ, o sistema pode entender seu perfil e liberar valores proporcionais ao seu potencial de pagamento.

Aliás, quem vende no e-commerce muitas vezes já tem uma organização mínima que ajuda nisso: descrição de produtos, gestão de pedidos, avaliações de clientes… Tudo isso pesa positivamente no processo de análise.

Leia também: